22 de jan. de 2019

Mostra bordada: "Só queria embalar meu filho"

A Mostra “Só queria embalar meu filho” traz obras de quase 100 artistas, de nove estados, e homenageia os desaparecidos durante a ditadura.


ALMOFADA DE ANGEL JONES, FILHO DA ESTILISTA ZUZU ANGEL

Os desaparecidos pela ditadura instaurada no Brasil com o golpe de 1964 são homenageados em um trabalho artístico bastante peculiar em exposição em Curitiba, a partir de 26 de janeiro. Trata-se da mostra “Só queria embalar meu filho”, uma obra coordenada pela escultora Rita Isabel Vaz e que conta com a participação de 95 bordadeiras e bordadores de várias partes do país.

Almofadas foram bordadas com os nomes dos desaparecidos e desaparecidas, além de mensagens ou desenhos que de alguma forma representam os homenageados. As almofadas cam dispostas no chão, formando um imenso tapete. A exposição integra o Circuito de Arte Contemporânea de Curitiba, no Museu Municipal de Arte, no Portão Cultural. A entrada é gratuita.


Informe-se mais sobre a Mostra clicando na fonte  AQUI

15 de jan. de 2019

CANÇÃO DAS JOVENS RENDEIRAS



Das jovens mãos das rendeiras,
de seus claros equilíbrios
nasce a aurora, é o sol que verte
do ritmo estival dos bilros.
É a paz que flui como as águas
do coração d′almofada.

A aurora tece o algodão,
o algodão tece a fazenda,
mas a rendeira faz tudo:
tece o sonho e tece a renda,
tece o amor, tece a tiara
no coração d′almofada.

Do linho de fibra indócil
faz a rendeira o seu mito.
Flor de espuma e esquecimento,
maré de anseio infinito.
Tece a morte e tece o nada
no coração d′almofada.

É como se a alma estivesse
talhada no labirinto
de solidão que ela tece.
Como se um deus cristalino
vertesse a face esmagada
sobre o enigma d′almofada.

A rendeira tece a morte
nas malhas do labirinto.
Tece o véu, tece a grinalda,
tece a ilusão do destino.
Tece o silêncio e a saudade
no coração d′almofada.

A rendeira tece a vida
nos fusos das almofadas;
tece a túnica dos mortos
e a nudez das namoradas;
tece o riso e tece a lágrima
no coração d′almofada.

A rendeira tece o fado
nas almofadas redondas;
tece o luar, tece as espumas
que se agitam sobre as ondas;
tece o olhar, tece o segredo,
tece o enigma e tece o medo.

A rendeira tece a prece
nas cordas tensas dos bilros.
Tece o mistério que desce,
soleníssimo, dos cimos.
Tece as fibras do algodão
e tece o meu coração. 

Francisco Carvalho
In Dimensão das Coisas, 1967
Ceará/Br, 1927-2013

8 de jan. de 2019

"Lace, not Lace", Hunterdon Art Museum, Clinton, USA

Uma exposição inovadora que destacou como os fabricantes de rendas estão expandindo as fronteiras tradicionais de sua forma de arte para criar um trabalho que investiga temas, materiais e formas contemporâneos. Aconteceu no Hunterdon Art Museum até o dia 06 de de janeiro de 2019.
Lace, não Lace: Contemporary Fiber Art from Lacemaking Techniques, revelou como os artistas texteis contemporâneos estão usando astécnicas da renda de bilro e da renda de agulha com uma infinidade de fibras e filamentos em cores e texturas ilimitadas para interpretar seu mundo.
"Esta foi a primeira mostra nos Estados Unidos que focou a arte contemporânea feita em técnicas de bilro e renda de agulha", disse Devon Thein, especialista em rendas internacionalmente conhecida e curadora da exposição.
+info: Hunterdon Art Museum
Anterior Aspect. EJ Parkes.


Just Girly Things. Penny Nickels.

I am Woman. Purse 2. Ros Hills.

Sepia Bowl. Jill Nordfors Clark. 

Seableed. Jane Atkinson.

Carriage of Lost Love, Lieve Jerger

Blue Plastic Doily, by Ashley Williams

Winter. Laura Friesel.

2 de jan. de 2019

Soles brasileños: apuntes para su história. Palestra na Jornada Internacional das Rosetas Canárias


 
As JORNADAS INTERNACIONAIS "ROSETA DE TENERIFE" aconteceram em novembro
de 2017 e reuniram Rendeiros e Rendeiras dos diversos países em que são
praticadas as Rendas de Trama Radial ou Renda Sol que teriam por
ancestral as Rosetas de Tenerife ou Rosetas Canárias, técnica de fazer
renda que a partir das Ilhas Canárias teria se espalhado para várias
partes do mundo.

Convidada para representar o Brasil, Elizabeth Correa, 
do grupo NHANDUTI DE ATIBAIA, se dedica à Renda Tenerife, no
Brasil também conhecida como Nhanduti, desde 2002-2003, estudando e
praticando a técnica com as características que a renda de agulha tomou
no país. É Mestre Rendeira premiada pelo Ministério da Cultura e o
Coletivo Nhanduti de Atibaia foi certificado como Ponto de Cultura.

No Novo Mundo, a técnica é ou foi encontrável
em diversas regiões das Américas, sendo que em cada região em que se
aculturou, adquiriu características próprias, tornando-se um elemento de
ligação entre sociedades e culturas diversas do Continente

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Nhanduti de Atibaia